GRAPPAS

A Água de Cleópatra?

 

imagem da internet (gazetadopovo.com.br)

Dizem que a origem da Grappa vem do Egito: Um legionário romano de volta para casa havia furtado um artefato de destilação chamado de “Crisiopea di Cleopatra” e iniciou o processo de produção do seu aguardente nas terras do Friuli (norte da Itália). Com uma amostra da bebida egípcia e o equipamento iniciou sua produção datando o século I A.C..

Mas, o destilado semelhante mais próximo do Grappa que conhecemos hoje está localizado na Toscana (Itália) por volta do século XVII. Na verdade, o nascimento da Grappa pode ser datado do século XIV, quando a aguardente foi desenvolvida em alambiques, o que deu um passo importante para se fazer destilados. Por essa razão outras versões afirmam que a Grappa era feita em conventos italianos no século XI.

A grappa (ou graspa e grapa) é uma bebida feita, tradicionalmente, a partir do bagaço, um subproduto do processo de vinificação.  Daí o nome que pode vir, provavelmente, do piemontês “rapa” ou do lombardo “grapa”, que era como o bagaço da uva era conhecido na época.


Em  italiano aguardente é acquavite, que vem do latim “água vitae”, ou seja, água da vida, como em francês “eau de vie”.

Embora a uva seja o ingrediente principal, a grappa é diferente de outros destilados como o Cognac, ou Brandy e Pisco.  Estes só se obtêm a partir da destilação do vinho e passam ou não em barrica. A grande diferença entre a Grappa e essas bebidas é que seu sabor vem apenas do bagaço da uva que deve ser fermentado e destilado diretamente pelo vapor.

Talvez por ser um destilado de sólidos enquanto os outros são destilados de um líquido fermentado, nas mesmas idades de repouso ou envelhecimento, a Grappa é muito mais intensa no nariz e no boca.


Semelhantes encontramos: de produção na Espanha, o Orujo e em Portugal, onde é conhecida como Bagaceira ou Aguardente Portuguesa.

 

Encontramos três classificações para Grappa: Blend, quando é feita com várias uvas; Varietal ou Monovarietal, quando se utilizar uma única uva; e Invecchiata, quando ocorre o envelhecimento em barris de carvalho.

A Grappa é o destilado mais famoso produzido na Itália.  O século XX foi um ponto de virada quando a Grappa ficou conhecida em vários cantos do mundo, caso do Brasil, revelando-se um produto de luxo, sendo encontrada nos mais sofisticados bares, restaurantes e em lojas especializadas.

Os grandes produtores de Grappa, obviamente, são os italianos.
Meu destaque vai para casa que é uma verdadeira grife e uma notoriedade em grappa, trata-se da Nonino, um dos maiores e mais tradicionais produtores de Grappa. A destilaria friulana foi fundada em 1897, foi a pioneira em produzir Grappas elaboradas com bagaços de uvas utilizadas para produzir vinhos de altíssima qualidade.

Seu auge acontece em 1973, ao se lançar como a primeira em produzir uma Grappa monovarietal. Sua grappa topo de linha é a celebrada Grappa Cru Monovitigno Picolit (feita com a uva Picolit da DOC Colli Orientali del Friuli) nos traz aromas complexos e frutados.
Sem sombra de errar a Nonino não simplesmente produz destilados, ela cria bebidas que representam o máximo em  alta qualidade.

No Brasil, também temos bons produtores de Grappa e certamente a Casa Valduga, que faz vinhos desde 1875, é a principal referência nacional no quesito.

 veja o vídeo publicado pela parceria com a Wine Brasil no instagram

Alexandre Santucci, escritor, mentor e palestrante, é o criador do “Descomplicando o Vinho” (Site/TV/Livro e método). É psicólogo, ator, professor universitário de Marketing, Serviço do Vinho /Sommelierie e Psicologia/Gestão de Pessoas. Foi responsável pela área de cursos e treinamentos da maior importadora de vinhos do Brasil.

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