ROSÉ E TENDÊNCIAS

Essa é uma época do ano que os vinhos refrescantes são sempre uma bela pedida, os espumantes como as cavas, os brancos e clara os rosados, mas e pra quem gosta de um pouco mais de corpo, força?


Para a nossa sorte o universo do vinho é tão rico e abundante que encontramos sempre uma alternativa para agradar nosso paladar e o melhor ainda desse mundo é que não para em termos de novidades, novos produtores e produtos. 

Talvez o que venha por aí são os vinhos tranquilos e principalmente espumantes em latas, belos vinhos em bag in box (embalagens de 2, 3 e 5 lts equipadas numa estrutura de caixa de papelão e o vinho envazada numa bolsa de material tetrapack que permite sua vida prolongada mesmo depois de aberta através da torneira acoplada). Agora o que é uma tendência que dia a dia se torna realidade são os vinhos rosés retomando com muita força e os vinhos “ICE”, aqueles produzidas para se beber com gelo, exatamente, você deve adicionar gelo à taça e beber. São vinhos tranquilos, habitualmente leves, ligeiramente doces e também espumantes com características semelhantes.

Mas por que o rosé retoma com força?

Na década de 70, saborear um vinho rosé era sinônimo de bom gosto, tanto é verdade que houve uma marca, o Mateus Rosé, que foi a mais vendida no mundo neste período. Acontecia também que com as inúmeras descobertas tecnológicas, muitos “especialistas” passaram a diminuir a importância dos rosés em detrimento a fortalecer os grandes tintos.

Para produzir um rosado, habitualmente, se vinifica como um vinho branco, exceção ao contato com as cascas tintas que permanecem mais tempo junto ao mosto, essa é a razão de encontrarmos um pouco mais de estrutura e acidez. Esse vinhos podem alcançar tanta qualidade como os tintos e tanto frescor quanto os brancos, são florais frutados, frescos e como uma coloração sensual, tropical, daí considerarmo-los um coringa de alta classe, quando bem feito.

Não é difícil entender porque retomam, são curingas, vinhos excelentes par quem gosta de tintos e brancos e também para que esteja ingressando nesse maravilhoso universo.

Hoje vemos um número cada vez mais frequente de cartas de vinhos que indicam seus rosés. São diferentes estilos, mais leves, mais encorpados, a partir de uvas tintas robustas, mas muitos vinhos que marcam por sua nobreza e intensidade aromática e de paladar.

Os vinhos ICE (para beber com gelo) provavelmente foi uma estratégia para re-introduzir os rosés no cenário, porém também pode ter sido o acaso que decidiu. Sabe-se de uma história que um produtor em visita a Saint-Tropez (costa francesa) percebeu que muitos consumidores pediam gelo para um vinho muito pedido por ali e um dos melhores do mundo, os rosés da Provence. Ao ver aquela cena pensou em fazer um vinho que fosse adequado ao gelo, portanto mais denso para que a água do gelo pudesse diluir o vinho e tão rico de aromas e sabores quantos os belos vinhos da Provence. Assim criou esse vinho chamado Rosé Piscine. A partir desse fenômeno muitos outros vieram inclusive os espumantes.

Para harmonizar nem invento sigo a receita da Côte d'Azur : Os ices são vinhos da beira da piscina, para bebericar, são práticos (não precisa gelar) e vão muito bem com peixes, como a lula, as iscas e variações, ou trazendo para o nosso cenário o carpaccio e até os bolinhos tipo dadinhos de tapioca.

E se você está pensando que vinho e gelo não combinam, experimente, vi muita gente mudando radicalmente de opinião. Mas, se mesmo assim não te convenci, tudo bem, tudo tem seu momento, só não perca a oportunidade de beber um vinho refrescante nesse verão!

 

Salute!

 

Alexandre Santucci, escritor, mentor e palestrante, é o criador do “Descomplicando o Vinho” (Site/TV/Livro e método). É psicólogo, ator, professor universitário de Marketing, Serviço do Vinho /Sommelierie e Psicologia/Gestão de Pessoas. Foi responsável pela área de cursos e treinamentos da maior importadora de vinhos do Brasil.

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