Uma Paixão Nacional, Destaque Mundial?!

Meu apreço pelo vinho nacional não é de hoje, em meu livro reúno dados históricos compilados de fontes diferentes e levo uma informação, apesar de já um pouco desatualizada ainda com bom teor. Bom teor, sim e com belas novidades!

foto: Mikaela Paim

Recentemente estive visitando duas vinícolas (e vale muito a pena as visitas), uma no interior de São Paulo; a Guaspari (recentemente condecorada com a medalha de ouro da *Decanter World Wine Awards 2017, pelo seu Syrah Vista do Chá 2014)  e outra em Minas Gerais; a Casa Geraldo.

É curioso como não nos atentamos ao tempo, quando começamos a falar dos vinhos no nordeste muitos torceram o nariz, referindo-se a fato que seria “praticamente impossível” produzir um vinho de qualidade em uma região que daria duas safras por ano.  Hoje quase 20 anos depois temos vinhos bem particulares, interessantes e muito bem feitos, caso da linha paralelo 8 da vinícola Rio Sol. Falei do tempo, pois a região onde se encontra a Casa Geraldo é uma das mais antigas produtoras no país, no entanto o apelo dos vinhos de mesa, mais comerciais quase que sucumbiram a região como produtora de vinhos.

Outra curiosidade é como não vemos o óbvio, o Nordeste é um dos celeiros de frutas do mundo graças exatamente às condições climáticas e ao propicio controle de irrigação. A uva pede pouca água, o café também, assim tanto no nordeste, sul de Minas, interior de São Paulo e Goiás o entendimento é “apenas” (bem entre aspas) de enxergar esse óbvio.
Nesses casos o entendimento, o conhecimento trouxe luz ao desenvolvimento orgânico  da fruta mesmo que alterando seu processo de amadurecimento, invertendo seus períodos de poda e consequentemente o momento da colheita. 

Ao que interessa e o que se bebe, posso destacar que são belos vinhos em franco desenvolvimento, destaque para os espumantes, principalmente Moscatel e os tintos da uva Syrah, coincidência ou não, vale para o nordeste e o sudeste.

* Veja aqui todos os vinhos brasileiros premiados na edição.