As Minas em Vinhos

Em tempos de inconfidências das Minas Gerais, onde se busca liberdade ainda que tardia, nessas terras de dimensão de um país, onde se deram os primeiros passos para a independência do Brasil e a constituição da República, encontramos também uma grande riqueza na produção daquilo que nós enófilos apreciamos. Pelas Minas Gerais encontramos os melhores queijos que produzimos, azeite e por incrível que pareça: Vinhos.
A história vinícola de Minas Gerais tem seu desenvolvimento no final do século XIX, mas ainda assim há indícios que se faziam vinhos desde os tempos do Brasil colônia. Sua marcha para produção está relacionada à cidade de Andradas (sul de Minas), fundada por portugueses, porém é com a chegada de imigrantes italianos que se começa a produzir vinhos.
Esses italianos, mais precisamente da família Bertoli iniciam em 1905 a sua produção e mantém até os dias de hoje.
A ideia sempre foi manter os hábitos de consumo desses imigrantes europeus, assim também se deu no Sul do Brasil. A cidade de Andrada realiza todos os anos sua festa da uva e brinda seus  participantes com os vinhos e delicias da região mineira. 

Lembro que um amigo andradense dizia que o povo local se orgulhava muito de um vinho que por lá se produz feito com a uva Jaquê (quase extinta no resto do mundo e ainda proibido na França), utilizada nos vinhos da madeira e pelo mesmo motivo foi criado o vinho “nau sem rumo” tipo madeira, em duas versões seco e doce.

Andrada tem cerca de 10 vinícolas, dentre elas a própria J Bertoli, Beloto, Basso, Casa Geraldo, Marcon, e Piagentini (essa última, acabou por ampliar sua produção no sul do país), porém a sua maior produção são vinhos de mesa, que ainda agradam muito o paladar brasileiro.

Hoje em dia, como a própria história mineira, repleta de inconfidências histórias, não fez da sua histórica produtora de vinhos a mais importante. O vinho que mais ganha notoriedade para expressar o “terroir” mineiro não veio de Andrada, mas da região onde nasceu o rei do futebol, a cidade de Três Corações. Com seu vinho Syrah Primeira Estrada, da vinícola Estrada Real o consumidor pode conhecer um belo vinho fino desse gigante estado. 



Esse vinho inaugurou também uma técnica chamada de colheita invertida, quando ocorre uma dupla poda e a uva é colhida durante o outono e Inverno e não mais entre a primavera e o verão (procedimento habitual em todo mundo). Essa mesma técnica é utilizada pelos vinhos Luiz Porto (citados aqui anteriormente) e que também são da mesma região.

O fato é que esses inovadores mineiros, vanguarda da história devem criar ainda mais para nós brasileiros e nos brindar em breve com suas belas e prazerosas novidades.

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