FIELD BLEND, ANCESTRAIS, ÂMBAR... E AS NOVAS VELHAS PALAVRAS DO VINHO

Field blend, foudres, ânforas, ancestrais, pét-nats, vinhos âmbar, natural, mínima intervenção, sem sulfito, palavras que ressurgem para falar de antigas práticas da produção de vinhos.

vinhas velhas

No final do ano passado essa palavra "field blend" foi dita inúmeras vezes em uma degustação de vinhos naturais, de vinhas velhas, com minima intervenção, produzido pelo método ancestral em foldres, e um vinho âmbar.

 
Horas pesquisando até encontrar o termo field blend, pois soava feed blend (esse é um dos problemas que temos em usar palavras não em português), e descobrir que a mistura de campo - tradução literal de field blend - nada mais é que mais de uma uva plantada em conjunto e posteriormente vinificado também em conjunto. Essa era um prática muito comum, a ideia que várias uvas garantiriam produção e equilíbrio e só com o replantio pós filoxera que se espalhou a ideia de plantar em separado para garantir, principalmente, o melhor momento da colheita, posto que as variedades tem  tempos diferentes de maturação. 

Esses termos citados acima são como as refilmagens, ou a necessidade de resgatar boas criações e tratá-las como novidade. Foudres, por exemplo, são imensas barricas com capacidade acima de 1000 litros, que já eram usadas desde a fermentação como no Porto por exemplo, assim como até hoje lá também se produz a partir do field blend. Método ancestral, vinhos âmbar, ânforas, são palavras do vocabulário da Georgia há cerca de 8 mil anos, assim como o pét-natis (redução de pétillant naturel), ou método ancestral, que é o processo que se fazia em Limoux, França, para obter os espumantes a partir de uma única fermentação, lá no século 16, antes do champegnoise de Don Perignon.

Agora sobre vinhos orgânicos, naturais, sem sulfito, veganos, não era exatamente assim que os vinhos eram feitos, sem agrotóxicos, sem uso de proteínas animais, até bem pouco tempo atrás, menos de um século?
De novidade, temos os biodinâmicos, mas novidade mesmo só a dupla poda (ou poda invertida) aqui do Brasil e logo, logo, outros países utilizarão a técnica que vem dando certo em São Paulo, Minas, Goiás e outros estados.

Vai chegar o tempo, e não demora, que os rótulos terão que dizer se os vinhos tem pesticidas, agrotóxicos ou grande intervenção, porque o natural será entregar um vinho 100% do que a terra dá, um vinho de "terroir".

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