Uruguai, um roteiro de charme e cultura.

Fazia um tempo que ensaiava escrever sobre o Uruguai, mas queria um tema que não fosse só falar da personalidade de seus vinhos, algo que já havia abordado. Como a natureza conspira a favor do vinho, semana passada aconteceu um tour da Wines of Uruguay, evento que pude rever alguns bons produtores e, ainda um pouco antes de sair, tive o prazer de ouvir Wilson Torres Chávez - Gerente de Turismo e Eventos da Vinícola Juanico – palestrar sobre o turismo enológico no Uruguai. 

Como destino turístico o Uruguai já é um lugar a ser visitado, tem coisas bem interessantes para se ver, com muitos pontos turísticos, uma economia ajustada,  mas acima de tudo um povo que recebe muito bem. Quero dizer que só pelo país já seria um excelente destino, se pensarmos que ainda tem o vinho, fica quase como uma das coisas, parafraseando a série de livros, a se fazer antes de morrer.

O vinho no Uruguai graças a uma intervenção bem articulada teve uma indústria vinícola que  cresceu muito. No final dos anos 80, após um bom trabalho de técnicos franceses, eles criaram o INAVI (instituto Nacional de
Vitivinicultura) uma espécie de EMBRAPA só destinado ao vinho. Essa foi uma iniciativa marcante para promover os bons vinhos uruguaios mundo afora.
Se firmou como o maior produtor da uva Tannat, maior até que a França (terra natal). A partir desse fato sua enologia tratou de mesclar uvas como Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Shiraz e produzir com muita elegância e inovação.

Com todo esse retrospecto vinícola, os produtores sentiam falta de fazer com que os consumidores soubessem de seus feitos, assim no inicio desse século 21 através das iniciativas do Wines of Uruguay foram avançando nos mercados internacionais e em 2005 decidiram criar um caminho para o consumidor visitar suas vinícolas, nascia o  Los Caminos del Vino, associada ao popular orgulho  de receber e uma das mais belas e organizadas estruturas de turismo a ideia vem fluindo. As bodegas associadas criaram áreas para receber o turista com programas de degustação, criação do próprio blend sempre assessorados por um técnico capacitado para acompanhar.

Em sua página oficial a associação (www.loscaminosdelvino.com.uy) diz que “trabalha para promover o turismo do vinho como um segmento com visita experiencial e sensorial. Nosso objetivo é oferecer aos visitantes um valor acrescentado através da transmissão de história, cultura e os mistérios do vinho, bebida que muito tem a ver com a forma de ser uruguaio.
Assim como nos preocupamos em fazer os nossos vinhos, enoturismo é uma opção permeado carinho e profissionalismo que requer o desenvolvimento dos melhores vinhos finos”.

Durante a palestra questionei qual o melhor período para visitar. Evidentemente o palestrante me disse o ano todo, mas insisti queria saber dele qual era o período do ano que eles sentiam mais orgulho em receber, quando teriam mais o que mostrar. Wilson me disse que a época da colheita no inicio do ano. Porém estava presente José Maria Lez Secchi – presidente do INAVI – esse me respondeu a primavera, pela floração, temperatura agradável e o período que para o enólogo é o mais apaixonante depois de propriamente fazer o vinho.

Resumindo, quem vai conhecer, ou quem não ainda não fez uma viagem assim vá primeiro no inicio do ano (entre fevereiro e abril), já os iniciados, na primavera, ou vá duas vezes. O Uruguai vale a pena.

A associação Los Caminos del Vino é composta das seguintes vinícolas, localizadas nos departamentos de Montevidéu, Canelones, Maldonado e Rivera:

Bodega De Lucca
Artesana
Bodega Spinoglio
Establecimiento Juanicó
Bouza Bodega Boutique
Bodega Juan Toscanini e Hijos
Bodega Castillo Viejo
Bodega Carrau - Cerro Chapéu (Rivera)
Bodega Vinos Finos H. Stagnari
Bodega Viñedo de los Vientos
Chiappella
Bodega Alto de la Ballena
Bodega Viña Varela Zarranz
Bodega Carrau - Colón - Montevideo
Bodega Marichal


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