Vinho de Estrelas

Artigo publicado no 

Jornal a Tribuna de Vitória (ES)

em 28 de agosto de 2010.

 Até bem pouco tempo quando usávamos o termo vinho de estrelas, poderíamos estar nos referindo simplesmente à frase célebre de Don Perignon ao descobrir seu Champagne (que dizia ver estrelas cada vez que abria e bebia esse maravilhoso vinho), ou podemos nos referir ao vinho preferido de estrelas como o saudoso Pavarotti que apontava seu Morellino di Scanzano (um tinto de médio corpo da excelente região da Toscana – Itália), ou até o histórico  Champagne de Napoleão, que ficou imortalizado na sua célebre frase: “Nas vitorias é merecido, nas derrotas necessário”  -  e também é conferido a ele a pratica de sabrar (cortar o gargalo com o sabre – a espada), tudo isso mesmo sabendo que sua bebida preferida era o Cognac Courvoisier.

No entanto nesses dias falar isso quer dizer outras coisas:

Quer dizer que as celebridades tem seu próprio vinho. Sejam feitos por eles, para eles, ou sob a licença deles. O curioso é que muitos começaram esse negócio por amor, pela prática de beber, ou pelo grande interesse em mudar de “profissão” ou como alguns dizem: mudar de “arte”.

Assim é o caso de Francis Ford Coppola (veja o destaque) que na década de 70 (século passado) comprou metade de uma excelente propriedade produtora de grandes vinhos, e na sequência de seus “Poderosos Chefões” deu-a como garantia para rodar o filme (um grande sucesso, que o fez não só resgatar a penhora como comprar o restante da propriedade, que passou a ter seu nome associado à vinícola). Nessa mesma linha aparece Gerard Depardieu, iniciando com  vinhedos na França, mas que hoje excedem as linhas da Europa e já quase não se ocupa mais da sétima arte, prova disso que em seu passaporte sua ocupação indicada é de “vigneron” (produtor de vinho).

Realmente muitos são apaixonados e se esmeram por produzir vinhos de excelente qualidade, como os acima citados temos o do piloto de Fórmula 1 Jarno Trulli, (vinhos muito bons e  encontramos no Brasil) e o narrador esportivo Galvão Bueno, que recentemente  lançou seu  Bueno, em parceria com a vinícola Miolo. Essa lista pode aumentar muito, com os vinhos de Mario Andretti, Paul Neumann, Antonio Banderas, Cliff Richards, Ernie Els, dentre outros.

Existe também o caso de homenageados que se envolvem diretamente com os vinhos, como o artista plástico e inspirador de A Casa, de seu amigo brasileiro Vinícius de Moraes, o uruguaio Carlos Páez Vilaró.

Agora o que me chama muito atenção, são os vinhos feitos para eles, ou sob licença deles. Nada demais se pensarmos num mundo repleto de merchandisings, campanhas e explorações de imagem em geral, porém quando associamos nossos nomes a produtos que nos marcam tanto como um carro, um restaurante, um VINHO, será que não deveríamos estar atentos à qualidade?

Fico pensando se Elvis Presley realmente aprovaria que uma gigante produtora associasse seu nome, sua imagem a um produto que ele mesmo não provasse e aprovasse, o mesmo também com Marilyn Monroe, ou com o poeta chileno Pablo Neruda.

O fato é que a lista de celebridades ligada ao vinho é muito grande, mas a relação de produtores celebridades nem tanto assim. Minha dica, é que se você não consegue se conter diante de um rótulo Maradona, ou Madona, Bob Dylan, pelo menos vire o contra-rótulo e identifique que se região, uva, descrição do vinho, são de seu agrado, se o sinal estiver verde, corra e peça um autógrafo!

Destaque:

Disponível no Brasil, temos os vinhos de Francis Ford Coppola (EUA - gosto muito do Diamond Blue Label, um merlot muito interessante e amplo), ainda os de Truli com sua bodega Poderi Castorani (Itália – com seu maravilhoso vinho Jarno) e também os vinhos do campeão de golf  Ernie Els, da sua bodega Engelbrecht Els (África do Sul - muito elogiado pela critica internacional).

Para fechar o destaque, no texto falamos de Pavarotti e seus Morellinos (vinho da região da Toscana-Itália), certa vez me disseram que dentre os Morellinos o preferido dele era o da casa Doga delle Clavule, também encontrável no Brasil.