Lives - Onde fica o consumidor?


O mercado do vinho graças ao advento do isolamento entrou definitivamente no mundo das “Lives”.  Muitos, especialistas ou não, estão se aventurando nesse universo.  Empresas, sejam importadores, produtores, lojistas estão lá também representados por seus porta-voz, gerentes, diretores, sommeliers, embaixadores... 

Pude conversar com algumas dessas personalidades e acompanhei várias dessas transmissões.
Particularmente só fiz uma transmissão com o assunto vinho, porém já vinha lançando mão dessa prática bem antes desse momento, versando sobre o assunto que me move: Marca Pessoal.

Ocorre, não só no vinho, parece não haver um entendimento sobre os objetivos dessa ação, e muito menos sobre a mídia utilizada. De forma generalizada as lives tratam apenas de um bate papo com plateia, habitualmente ignorada.

Uma das pessoas com que falei me revelou seu objetivo de substituir os lançamentos presenciais pelos “virtuais”, assim seus convidados são pessoas relacionadas ao produto.  Outros simplesmente não têm o que fazer e foram para internet falar sobre seu trabalho.
A pergunta é: O que o consumidor ganha com essa exposição?
A live é um evento, não se trata apenas de ligar a câmera, precisa de roteiro, estrutura e se há público é preciso se preparar para essa interação. A comunicação não está deslocada ao por que todo mundo está fazendo isso. Se o objetivo é fazer uma entrevista, grave a entrevista, se for uma aula, igualmente grave ou faça para um publico especifico usando a ferramenta, o meio adequado.

No caso do vinho vejo uma grande incoerência, falta elegância, perguntas que se desconsideram o público presente e na maioria das vezes não faz a menor diferença a presença do público. Há ainda as piores, lives internacionais, em outro idioma, sem nenhuma preocupação em traduzir o que está sendo dito, ou seja, pra que?
Claro que essas mídias são democráticas, o público escolhe o que quer ver, mas não seria mais oportuno levar uma informação de qualidade, aproveitar o momento para fortalecer o mercado?
Talvez pensar que as mídias já tenham um modelo a seguir, pensar nas transmissões como um programa de TV, de rádio, sem desprezar a interação, se não é só um big brother sem direção!

Falar para o consumidor, sem levar em conta o consumidor, não faz sentido!

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