O Vinho D’ouro


São controversas as origens do nome da região onde nasce um dos vinhos mais cultuados em todo o mundo, o Vinho do Porto. 
A região que por suas belas paisagens passou, a partir de 2001, a ser “Patrimonio Mundial da Humanidade”, é repleta de encostas, onde as vinhas são plantadas, e cortada pelo rio que dá nome a essa extensão ao norte de Portugal.
No entanto o Rio Douro (ou popularmente chamado de rio de ouro), que nasce em realidade na Espanha tem esse nome por um motivo não conhecido. As hipóteses, segundo o wikipédia, atestam da seguinte forma: ”Uma delas diz que provém do celta dur (água). Outra diz que, nas encostas escarpadas, um rio banhava margens secas e inóspitas. Nele rolavam, noutros tempos, brilhantes pedrinhas que se descobriu serem de ouro. Daí o nome dado a este rio: Douro (de + ouro). Já outra versão diz que o nome do rio deriva do latim duris, ou seja, 'duro', atestando bem a dureza dos seus contornos tortuosos, e das paisagens que atravessa, nomeadamente as altas escarpas das Arribas do Douro, no trecho Internacional do rio, entre Miranda do Douro e Barca d'Alva (Figueira de Castelo Rodrigo).”
Pela sua origem dura ou de ouro realmente só poderíamos esperar que de lá saíssem grandes resultados, se misturássemos o duro e o ouro o resultado sugeria algo como o dito popular “O trabalho é a fonte de todas as riquezas”.

De fato o vinho do Porto é marcado por belas histórias que encontram sempre a dureza do trabalho e a recompensa de ouro.
A sua própria descoberta e sucesso é a maior prova dessa região “fadada” ao sucesso. Dizem que o vinho do porto foi criado a acaso.  A história remonta o ano de 1678, quando dois irmãos ingleses, que estudavam na região, se encantaram com as belezas do lugar e principalmente com os vinhos, por seus aromas e características especiais, e acabaram por comprar um lote desse inebriante liquido para enviar a Inglaterra. Preocupados com a conservação até a chegada, teriam despachado os vinhos, mas antes usaram como conservantes uma aguardente portuguesa presente no local.
Os vinhos quando chegaram tinham mudado suas características e agradado muito o gosto inglês. Esse fato marcou a produção local e os agricultores deixaram suas roças para se dedicar à produção do vinho, que embarcava do porto do Douro (por isso vinho do Porto) para Inglaterra, provocando uma elevada produção, sem nenhum controle de qualidade. Essa alta produção, sem qualidade, enfraqueceu o grande sucesso e mais uma vez a dificuldade fez nascer ouro. Para corrigir o problema a corte portuguesa incumbiu seu primeiro ministro, o Marques de Pombal, e ele então decidiu criar normas de produção e controle. Com suas atitudes a região do Douro foi a primeira região do mundo na história a criar uma zona demarcada de produção, tal qual se faz anos mais tarde na França, em Bordeaux.

Quem visita o Douro é invadido por sua história, pela presença significativa de ingleses e por uma simpatia sem igual. São hospitaleiros e generosos, impossível serem diferentes. Não é difícil entender, ao chegar você se perde em tanta beleza natural. Uma região de vinhedos, por todo lado, ou melhor, desde as margens do Rio Douro, até o mais alto das colinas encontramos o verde das vinhas típicas da região, onde são feitos os belos vinhos secos, encorpados e com muita longevidade e o exuberante Vinho (fortificado) do Porto.
Por falar em visita, quem for à região não deixe de reservar um bom tempo para conhecer o museu do vinho do porto da Sandeman, vinícola bem tradicional e que trata o enoturista com muito respeito e por um preço muito especial, que ainda inclui uma grata degustação.

A dica: Aproveite o frio que vem da serra para uma bela fondue de chocolate acompanhado por um vinho do porto, ruby ou preferencialmente um LBV (Late Bottled Vintage), os safrados com maior presença de frutas e paladar propício para o chocolate envolto nas frutas.

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