Café Journal - Wine Show 2011

Aconteceu (24-mai) no Café Journal (SP) o Wine Show 2011 , evento que reúne um belo painel de vinhos importados e nacionais postos para degustação pelos mais importantes importadores, produtores e revendas brasileiros. Uma excelente mesa gastronômica compunha o evento para que os convivas e clientes do evento pudessem degustar de modo muito tranquilos e bem alimentados.

O ponto sempre interessante é que todos os vinhos da prova estavam à venda por preço bem razoáveis (veja nas descrições).

No tempo que por lá estive procurei, como tenho feito, por vinhos novos (ao menos para mim) e que possam suscitar maior interesse e curiosidade por parte de você, leitor. Dessa feita cito abaixo os vinhos que mais chamaram minha atenção:

Café Journal Wine Show 2011 - Seleção

Mistral
Barista Pinotage - África do Sul - Esse 100% Pinotage é um vinho que gosto muito, apresenta boa fruta madura, notas de café e chocolate, na boca é interessante, amplo e moderno.(R$ 53,00)
Meandro do Vale Meão - Portugal - Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e outras - Uma leve passagem em madeira marcam esse vinho com toques de requinte e grande tipicidade do Douro, porém é moderno e gostoso de beber. Suas uvas já serviram o majestoso Barca Velha, talvez por isso seja um vinho com tão alta pontuação nas revistas especializadas. Excelente qualidade e preço. (R$ 97,00)

Vinci
Prosecco Bel Star DOC (Bisol) - Itália - O representante da Bisol no Brasil já tinha me falado desse espumante, mas realmente me surpreendeu. Bel Star é o nome do vinhedo que produz esse prosecco graciosamente aromático com notas florais e na boca é leve e macio, porém fresco e com uma charmosa acidez. (R$ 65,00)

A Lisa (Bodegas Noemia) - Argentina - 90% Malbec e 10% Merlot (10 meses de barrica - 3º uso) - Realmente um vinho de butique, um dos que mais me agradaram no evento, mas tenho uma queda pela região da Patagônia argentina. Suas uvas são de vinhedos velhos, com mais de 60 anos e fazem um vinho completo à moda antiga, com bouquet, de frutas maduras e notas de chocolate amargo, e na boca tem seu ponto alto, equilibrado e de muito bom gosto na elegância dos taninos e concentração do corpo. VQP (Vale Quanto Paga - R$ 88,00)

12 Volts (Apollonia/4Kilos) - Espanha - Um corte de 30% Callet (uva típica da região do produtor: Mallorca), 30% Cabernet Sauvignon, 30% Syrah e 10% Merlot (12 meses de barrica). Foi o vinho que mais me impressionou, ou melhor mais me surpreendeu, é um vinho para apreciar, com um complexidade interessante, mas muito elegante e cheio de personalidade, não à toa que o guia Peñin elegeu como vinícola do ano. Fora o vinho que é maravilhoso e irreverente assim também são seu rótulo e nome. (VQP - R$ 134,00)

Grand Cru
Arrocal Tinto - Espanha - Esse eu já conhecia, mas mudou de importadora é belo exemplar de vinho bem feito, com aroma poderoso, largo e sedutor de amoras e mirtilos, na boca é macio, sedoso e incrivelmente puro, vibrante, com sabor de frutos vermelhos escuros e taninos finos. (R$ 72,00)

Menut (Mas Martinet) - Espanha - A região do Priorato, para mim, é a que melhor expressa personalidade, normalemente seus vinhos se impoem e dão seu recado, são originais mesmo. Esse não foge a regra, seu corte de 50% Garnacha, 15% Cariñera, 15% Syrah, 10% Merlot, aliados aos 18 meses em barricas deixam esse vinho, digamos de corpo presente, tanto nos aromas de frutos escuros quanto no paldar expressivo da fruta e rico no final de boca. Sensacional e gastronomico! (VQP - R$ 77,00)

WineBrands
Il Bruciato (Tenuta Guado al Tasso - Antinori) -  60% Cabernet Sauvignon  30% Merlot 10% Syrah (8 meses em carvalho francês) -  Bolgheri, a mesma região dos emblemáticos Sassicaia e Ornellaia, é a principal fonte de riqueza desse vinho, por suas características geográficas privelegiadas pode se dizer que essa terra só dá bons frutos. Nesse caso, um dos vinhos mais bem feitos (tecnicamente) dessa amostra e do que tenho bebido ultimamente. Seus aromas de ameixa, com notas mentoladas, de hortelã, são fantásticas, na boca é encorpado, com taninos presentes, um autêntico representante da bela escola européia. (R$ 112,00)

Norton Reserva Malbec - Argentina - Confesso que fui convecido, pela sommeliere Mariana Morgado, a provar esse vinho, não pelo vinho, mas por que já tinha provado outras safras, porém esse é um top 100 da WINE SPECTATOR e realmente ela fez muito bem em insistir. De cor vermelho rubi púrpura,  aromas de frutas vermelhas escuras, e especiarias, seus 12 meses em barricas não demonstram a profundidade que poderia ter, pelo contrário, é um vinho alegre e jovial muito equilibrado, macio e muito prazeroso. (VQP - R$ 60,00)

Dobogo Furmint - Hungria - 100% Furmint (11 meses em carvalho Húngaro) - Uma delicia, meu branco da noite, um vinho diferente e muito agradável, com notas suas cítricas doces, lembrando pêssego e baunilha. Na boca um vinho de caráter e disposição para continuar a ser lembrado - Bela Escolha. (R$ 97,00)

Interfood
Preludio tinto (Establecimiento Juanicó - Familia Deicas) - Uruguai - Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Petit Verdot e2% Marselan (30 meses de barrica) -  Um dos melhores vinhos uruguaios que bebi. Tenho muita simpatia pelo país, mas eles demoraram para se lançar como produtores e o Brasil acaba sendo seu maior comprador, ainda bem, por que esse vinho valeu ter parado para conversar com a simpática Carol Avesani. De coloração vermelha escura, com toques de violetas, um nariz realmente amplo e generoso com notas de figos, frutos vermelhos maduros, compotas, baunilha dentre outros. Mas é na boca seu auge, um vinho bem concentrado, muito elegante e persistente, dono de taninos longos e macios, indicando um belo envelhecimento e guarda. (R$ 172,00)

Vernus Pinot Noir (Sta. Helena) - Pinot Noir é uma uva que sempre me desperta curiosidade, habitualmente concluo que fora da Borgonha dificilmente teremos um vinho tão bom, mas o Chile tem feitos vinhos bem interessantes e com muita tipicidade. É o caso do Vernus, gama quase top da enorme Santa Helena. De coloração vermelha purpura pálida, aromas de nozes e frutas vermelhas silvestres, na boca revela competencia em equilibrio e paladar final apurado. (VQP - R$ 73,00 ) 

Garrafeira do Carmo
Jean Babou Blanquette de Limoux - França - Saint Hilaire em Limoux, sudoeste da França é considerada o berço do espumante no mundo. Seus vinhos são sempre frescos, joviais e realmente efervescentes. Esse exemplar é realmente um belo representante da região, feito a partir 90% Mauzac, 5% Chardonnay e  5% Chenin tem aromas intensos com toques de mel e uma boca que preenche por completo, um espumante para o aperitivo e para acompanhar. (R$ 52,00 )



Miolo - Brasil
No stand da Miolo fui preciosamente atendido pelo competente Marcio Marson que me explicou detalhadamente as posições dos vinhedos e vinhos da Miolo. No Sul, o Vale dos Vinhedos é o responsável pelo vinhos de alta gama e os espumantes e na Campanha estão os reserva e os seleção além do Seival e Sesmarias. Disse-me ainda que a Miolo, hoje, produz 100% com vinhedos próprios o que confere total controle da qualidade de seus vinhos.

Terroir Miolo Merlot - Elaborado a partir da nossa principal uva tinta, esse Merlot  do Vale dos Vinhedos com passagem de um ano maturando em carvalho  e mais um ano em garrafa, apresenta excelente tipicidade, bom corpo, aromas de frutas vermelhas do bosque e toques refinados da passagem em madeira. É um vinho robusto que pede uma combinação gastronômica. (R$ 99,00)

Reserva Pinot Grigio -  De coloração amarelo palha e toques esverdeados, esse pinot grigio da Campanha Gaúcha é um primo tropical do original italiano, não tem a mesma tipicidade, logo no inicio, é muito mais intenso, lembrando abacaxi, e com acidez mais elevada, porém com o tempo vai se assemelhando e dando a tipicidade esperada. Um belo vinho, para mim comprova a vocação brasileira por fazer brancos de grande qualidade. (VQP - R$ 35,00)

Gran Reserva Lovara  - Merlot (60%), Cabernet Sauvignon (25%) e Tannat (15%) - Um top nacional, belo corpo aromas intensos presentes. Acredito que o Brasil começa a mostrar sua cara com vinhos como esse, nossos taninos não são tão redondos, temos uma ligeira adstringência natural, lembrando um vinho que fica entre o novo e o velho mundo, assim necessita decantar, aerar ou direto combinar com uma bela carne com parte de gordura. Esse vinho tem tudo de um grande vinho a um preço sensacional. (VQP - R$ 56,00)

Espumante Miolo Millesimé - Pode se dizer que é um clássico, produzido pelo método tradicional e espumante, que antigamente poderiamos chamar de champagna leva 50%  Pinot Noir e 50% Chardonnay do Vale dos Vinhedos, no Vinhedo São Gabriel região considerada como a dos melhores espumantes do Brasil.  Bela intensidade e aromática e na boca é franco como deliciosa cremosidade, excelente! (VQP - R$ 79,00)

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