Vinhos Brasileiros e Gratas Surpresas



Em tempos de Pan temos muito o que comemorar, além das medalhas de ouro no esporte, os vinhos brasileiros vem cada vez mais ocupando espaços internacionais, sejam nos concursos ou nas prateleiras de lojas mundo a fora.

Já sabemos do ingresso de vinícolas brasileiras em paises como Japão, Estados Unidos, Canadá, Suíça, República Tcheca e Alemanha, e cada vez percebemos mais, não só a curiosidade, mas o reconhecimento da qualidade destacada de seus vinhos.

De um modo geral, há muito vimos sendo referendado por nossos espumantes, graças ao excelente equilíbrio de frescor, acidez e paladar apurado. Ocorre que estamos evoluindo muito também em nossos tintos e vinícolas como Salton, Miolo, Lídio Carraro, Marson, Valduga entre outras vêem contribuindo muito, seja na escolha das cepas seja no investimento de parques e tecnologia.

O impressionante é que além das grandes ou mais famosas, muito ainda tem por vir, prova disso ocorreu na data de 25 de julho de 2007, durante a degustação dos vinhos da Velha Cantina (http://www.velhacantina.com.br/), organizada por um de seus diretores, o Sr. Edenilson Valadão, quando pudemos constatar ainda mais o excelente potencial que desperta no Brasil.
Realizada, sob as luzes do elegante espaço recém inaugurado da Vinea Store, no bairro do Paraíso em São Paulo, seguimos provando, nesta ordem: Cave Antiga Espumante Brut (Prosecco e Shöenburguer), Cave Antiga Espumante Moscatel, Cordignano Assemblage (Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc), em garrafa e na embalagem Bag in Box, Cave Antiga Sangiovese 2004, Cave Antiga Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2002 e no final a grande surpresa: “provavelmente” Cave Antiga Marselan (2006/2007).

Vou me delongar nas duas novidades (para mim) o Espumante Brut e o Marselan, o que não implica que seu consagrado Espumante Moscatel não mereça destaque, muito pelo contrário, mas como o provo desde 2001 e este espumante continua, para mim um dos melhores do mundo em sua categoria (perlage, doçura, aromas e paladar, tudo com equlibrio maravilhoso), raro por aqui.

Os outros vinhos são muito interessantes, valeu a brincadeira proposta pelo Sr. Valadão em provarmos o Assemblage em garrafa e no bag. A diferença é muito interessante, a evolução da garrafa versus o ataque do bag, o que me leva a crer que os vinhos são realmente diferentes, provavelmente de safras diferentes também (como não se indica a safra). De qualquer forma tanto um quanto o outro mereciam um especial destaque neste painel de vinhos de combate e principalmente na categoria bag in Box. Alias justiça seja feita, a Velha Cantina foi a primeira a lançar esta embalagem no Brasil e mantém sua qualidade em um nível excelente.

Bem, antes da delonga, temos o Sangiovese, muito característico, leve, aromático, porém persistente e de taninos que garantem uma boa concentração e paladar prolongado. Temos também Gran Reserva Cabernet Sauvignon, com sua primazia em manter as qualidades primárias, alongar seus aromas característicos e revelando bom equilíbrio e paladar interessante.

Agora as surpresas da noite:

O espumante Brut, muito esperado, eu cobrava do Valadão há anos por esse produto, e agora prefiro me render as mãos desses técnicos corajosos e apaixonados: Taffarel e Longui. Realmente interessante, essa mistura (corte) de Prosecco e Shöenburguer (ainda não sei a proporção), fez com que o vinho ganhasse um paladar mais encorpado, equilibrado e aromas amanteigados, untuosos. Seu belo perlage e creme deixaram os participantes muito felizes com o belo produto nacional.

E por fim a estrela da noite, o Marselan – uva do suldoeste da França (recebe o nome por uma cidade foneticamente homonina - Marseillan - da região de Languedoc-Rousseillon), fruto do cruzamento de Cabernet Sauvignon e Grenache Noir (em 1961), mas muito pouco utilizada até o começo deste século.

O Marselan da Velha Cantina mantém a tipicidade desta uva, que tem tudo para encantar o consumidor moderno. Bom taninos, coloração vermelha viva, intensa, aromas igualmente vivos e alegres como groselha e toques auspiciosos de cravo e canela, realmente intenso, sensual, delicado, aveludado, um vinho marcante e longo.
Agradecimentos especiais: Edenilson Valadão (Velha Cantina), Ivan Hannickel (Vinea Store) e Marcelo di Morais (TV GeraçãoZ).

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