Campeão do Mundo: Vinho

Esse final de semana termina o maior espetáculo da terra, a copa do mundo de futebol.  
Duas semanas atrás ainda estávamos no páreo, concorrendo com nossos espumantes, uma pena, mas ainda temos a disputa do terceiro lugar...
Agora na disputa pela bela copa no Brasil, teremos dois excelentes produtores de vinhos: Alemanha e Argentina.
Nossos hermanos bicampeões concorrem ao titulo máximo contra a tricampeã germânica. Realmente vou ficando bem intrigado com essa linha de pensamento que criei anos atrás sobre os campeões, assim vou me arriscar a uma análise baseando-me num confronto não de futebol, mas de vinho. Quem sairia campeão?
Em termos de história os alemães levam grande vantagem, estão produzindo há mais de 2000 anos contra cerca de 200 dos portenhos. Já em termos de área plantada há um certo empate, ambas tem suas áreas concentradas em determinadas regiões como o Reno (Alemanha) e Mendoza (Argentina).  
Pensando na variedade das uvas, com certeza encontramos uma variedade maior na Alemanha, porém apenas um grande ícone a uva branca Riesling, porém a vantagem desse país vem da variedade de estilos. Com apenas uma uva os alemães produzem uma variedade segundo a quantidade de açúcar da fruta, assim seus vinhos podem ser de seco a muito doces. Já a Argentina concentra sua produção em poucas uvas, intensamente na francesa Malbec, a tal ponto de muitos considerarem a Malbec argentina melhor que na sua própria origem. O estilo da Malbec muda pouco, apenas na sua intensidade de tanino, cor ou concentração. Ainda tem como cartão de visita a uva branca Torrontés, que produz um vinho branco muito aromático e ainda seco ou doce.
Um pouco sobre os países e seus vinhos:
Os vinhos alemães de alta qualidade voltaram a ter lugar cativo entre os conhecedores brasileiros, que têm redescoberto toda a elegância, complexidade e finesse dos grandes Rieslings do país. A uva Riesling talvez seja a maior uva branca do mundo, produzindo vinhos de incrível complexidade, elegância e capacidade de expressar o terroir. Sem dúvida entre os mais complexos vinhos que existem, os Rieslings alemães eram tão caros e reputados quanto os grandes Bordeaux tintos, antes da Segunda Guerra.  A palavra “trocken” indica vinhos secos, enquanto os halbtrocken são semi-secos. Quanto mais maduras as uvas, mais doces e ricos são os vinhos, mesmo que sejam secos (trocken). Assim, é esperado que um vinho “Kabinett trocken” seja mais seco que um “Spätlese trocken” e menos frutado que um “Qba trocken”.
Argentina - Desde o período das grandes imigrações (quando surgem uvas como a Bonarda, Malbec e Tempranillo) o vinho começa a fazer parte do dia a dia desse país. No final dos anos 80 a uva Malbec quase foi dizimada, mas um produtor chamado Catena continuou sua aposta e através de um reconhecimento internacional a uva ressurgiu com força total. Atualmente o pais que já consumiu mais de 90 litros de vinhos per capita (hoje é cerca de 25) está com grande força pelo mundo, produzindo excelentes vinhos, nas sua  principal zona produtora Mendoza (que produz 85% dos vinhos finos na Argentina).
Para minha análise o momento é alemão, com sua base (história) bem definida, uma bela variedade de uvas e vinhos (meio de campo) e uma estrela de ataque de coloração dourada e brilhante, a uva Riesling (ataque). Só não se deve bobear, pois a Malbec está entre as melhores do mundo como muita assiduidade nos últimos tempos (Messi).
Dicas para escolher seu campeão:
Alemanha - Hermann Dönnhoff Riesling (Fruchtige) QbA 2011 – Em torno de R$ 120  (importado pela Decanter) – Um belo branco de média intensidade. Sua força está em seu delicioso equilíbrio entre a doçura leve a bela acidez.
Argentina - Catena Malbec 2011 (Catena Zapata) – Cerca de R$ 75 (importado pela Mistral) - Um vinho aclamado pela critica internacional. Um exemplar tinto, com concentração e intensidade, porém elegante. Se fosse um Bordeaux seria facilmente um Saint Emilion.

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